quinta-feira, maio 17, 2007

Uma homenagem a Mstislav Rostropovich


Foi exatamente na noite do dia 18 de março de 2002, segundo registra o ingresso do concerto na sala Cecília Meirelles. Estávamos no hall principal da sala, meu amigo Ivan e eu, durante o intervalo. Surge de repente uma comitiva de umas seis pessoas, e no meio delas um senhor já idoso, de braços com uma senhora, quem sabe a esposa. Atrás da comitiva, um outro senhor, este de meia idade, anunciava com empolgação: “É o Maestro Rostropovich! É o Maestro Rostropovich!”. Ao reconhecê-lo, o público aplaudiu carinhosamente. Eu e meu amigo, amantes inveterados de ópera, pensávamos somente em reconhecer a senhora de braços dados com ele: “Será que aquela é a Galina Vishnevskaya?!”

Essa é o único fato que me comove a escrever sobre a morte do violoncelista russo Mstislav Rostropovich. Nunca ouvi nenhuma de suas gravações e nunca li nenhuma crítica de seu trabalho. E o pouco que sei de sua biografia está muito ligado à Galina Vishnevskaya, esposa e grande soprano russa.

Durante aquele mês de março de 2002, Rostropovich veio ao Brasil para reger o balé Romeu e Julieta, de Prokofiev, numa produção elogiadíssima do Teatro Municipal. Durante uma entrevista, Rostropovich disse que a orquestra do Theatro era de alto nível, e que poderia tocar qualquer coisa, de qualquer compositor. Gentileza? Incentivo? Ironia? Não sei.

É estranho pensar que, apesar de escrever e emitir opinião sobre ele, o sr. Rostropovich me é, com igual equilíbrio nas palavras, um ilustre desconhecido.

2 comentários:

Liz Karoline DR disse...

Encontrei seu blog naquele botãozinho "próximo blog"...
É incrível como o passado surge as vezes bem na nossa frente.
Um momento único de minha vida aconteceu nessa mesma sala Cecília Meireles, momento este em que pela primeira vez ouvi uma orquestra ao alcance de meus olhos e principalemente senti a beleza da música clássica não só em minha percepção auditiva mas em minha alma.
Depois daquele dia nunca mais fui a mesma...

Anônimo disse...

Ópera é coisa de veado.